Por Mary Komatsu (Bibliotecária e Caçadora de Exlibris)
Um exemplo de biblioteca privada que existiu na cidade do Rio de Janeiro, foi a Biblioteca Fluminense que era mantida por sócios brasileiros na Rua do Ourives, atual Miguel Couto, esquina com a rua do Rosário. Mais tarde, esteve na Rua do Sabão, n. 45, endereço alterado para rua General Câmara, n. 37, e também na rua do Ouvidor, n. 62.
Fundada em 1847, a biblioteca tinha uma coleção de livros sobre ciência, literatura e artes, bem como manuscritos, mapas, jornais nacionais e estrangeiros.
Em seu estatuto constava em seu nono artigo, a seguinte regra, estabelecida pela diretoria em sessão de outubro de 1847:
Nenhuma pessoa de qualquer qualidade que ela seja, subscritora ou assinante, poderá estar de chapéu na cabeça da cancela da Biblioteca para dentro; e bem assim é proibido absolutamente cigarrar, falar em voz alta ou altercar razões, praticar em política, e especialmente censurar o governo, e finalmente cometer qualquer ato que perturbe a ordem e o sossego da casa. (ERMAKOFF, 2015. p.63)
Apesar de ter funcionado ativamente, a Biblioteca Fluminense foi extinta em 1916, com a evasão dos seus sócios. A sua coleção com aproximadamente 60 mil exemplares foi doada para a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.
A coleção de livros da Biblioteca Fluminense possuía um ex-libris que o identificava como propriedade daquela instituição. Segundo a bibliotecária Ana Virginia Pinheiro, nem todos os livros possuía essa identificação, então foi criado um ex-libris atribuído bem similar ao ex-libris original, para marcar esse conjunto de obras.
Ex-libris original da Biblioteca Fluminense
Ex-libris atribuído criado quando foi incorporado a Biblioteca Nacional
Referências:
ERMAKOFF, George. Bibliotecas Brasileiras. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2015.
PINHEIRO, Ana Virginia. Ex-libris atribuído: uma marca cultivada. Entrevista, organização e notas Mary Komatsu. Rio de Janeiro: 2021. 28 p., il color. (Série Bibliotecas, 1).
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